A estátua do “Homem Paranaense”, ou do “Homem Nu”, como é conhecida popularmente, foi executada por Humberto Cozzo (São Paulo, 9 de agosto de 1900 - Rio de Janeiro, 18 de setembro de 1981). A estátua, assim como toda a praça, faz parte do conjunto do Centro Cívico, tombado pelo Patrimônio Cultural do Paraná.
A obra ficou pronta em 1955, quando foi colocada na praça. Logo em seguida começaram uma série de ataques. Tenho a impressão que os ataques tinham, principalmente, motivações políticas, mas foram usados argumentos para todos os gostos (argumentos políticos, ideológicos, estéticos, regionalistas, moralistas e racistas).
Só como uma amostra do tipo de crítica feita, David Carneiro, engenheiro, historiador, escritor, poeta e positivista disse o seguinte para o jornal “O Estado do Paraná”: “Aquilo não representa coisa nenhuma. Não tem expressão. Não significa coisa alguma, e muito menos o adolescente, ou o homem deste Paraná dolicocéfalo, loiro e belo. Um simples bloco de granito nos representaria melhor”.
Há controvérsias sobre a participação de Herbo Stenzel (Paranaguá, 17 de dezembro de 1911 - Curitiba, 23 de julho de 1980) na obra.
Stenzel foi convidado por Bento Munhoz da Rocha Neto para fazer o projeto da praça. Como não tinha um ateliê adequado para o tamanho da obra, ele convidou Cozzo, que então residia no Rio de Janeiro e tinha experiência (e principalmente um ateliê adequado), para executar a obra.
Existem fotos de uma maquete da praça, atribuída a Stenzel, que mostra a estátua, mais ou menos do jeito que foi executada. Já Vera Lucia Didonet Thomaz, artista plástica e doutora em tecnologia, considerada uma autoridade na história da família Stenzel, garante que “Stenzel não fez a maquete, não trabalhou na pedra e não pegou num martelo.”
O próprio Stenzel, em uma entrevista ao jornal “Diário da Tarde” de 02/09/1972 disse: “Apresentei o projeto para Cozzo e ele, mais tarde, voltou com um pequeno modelo da imagem, só que contrariando o que eu queria: em vez de inclinada, estava em posição reta. Não gostei, mas como o tempo não permitia reparos, ela foi feita assim mesmo.”
Gosto da estátua. Além de tudo é um ponto de referência da cidade. Não existe quem não saiba onde é a "Praça do Homem Nu”.
Publicação relacionada:
Estátua da Mulher Nua
Referências:
WIKIPEDIA. Humberto Cozzo. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Humberto_Cozzo>. Acesso em: 27 ago 2015.
WIKIPEDIA. Erbo Stenzel. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Erbo_Stenzel>. Acesso em: 27 ago 2015.
WALTRICK, Rafael. Entre improvisos e polêmicas. Gazeta do Povo, Curitiba, 16 dez 2013. Dssponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/entre-improvisos-e-polemicas-529tmiqzag7w1ogsw6sl8o6ku>. Acesso em: 24 ago 2015
CAMARGO, Geraldo Leão Veiga de. Esculturas públicas em Curitiba e a estética autoritária. Revista de Sociologia e Política. Curitiba, n. 25, p. 63-82, nov. 2005.
CAMARGO, Geraldo Leão Veiga de. Paranismo: arte, ideologia e relações sociais no Paraná. 1853 - 1953. 2007. 215 p. Tese (Doutorando em História) - UFPR, Curitiba
GALANI, Luan. A casa a que todos os artistas recorriam. Gazeta do Povo, Curitiba, 28 abr. 2015. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/haus/arquitetura/a-casa-a-que-todos-os-artistas-recorriam/>. Acesso em: 27 ago 2015.
O CRIADOR fala sobre a sua obra: a mulher nua ainda não está no lugar planejado. Diário da Tarde, Curitiba, 4 set. 1972, p. 3.
Referências:
WIKIPEDIA. Humberto Cozzo. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Humberto_Cozzo>. Acesso em: 27 ago 2015.
WIKIPEDIA. Erbo Stenzel. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Erbo_Stenzel>. Acesso em: 27 ago 2015.
WALTRICK, Rafael. Entre improvisos e polêmicas. Gazeta do Povo, Curitiba, 16 dez 2013. Dssponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/entre-improvisos-e-polemicas-529tmiqzag7w1ogsw6sl8o6ku>. Acesso em: 24 ago 2015
CAMARGO, Geraldo Leão Veiga de. Esculturas públicas em Curitiba e a estética autoritária. Revista de Sociologia e Política. Curitiba, n. 25, p. 63-82, nov. 2005.
CAMARGO, Geraldo Leão Veiga de. Paranismo: arte, ideologia e relações sociais no Paraná. 1853 - 1953. 2007. 215 p. Tese (Doutorando em História) - UFPR, Curitiba
GALANI, Luan. A casa a que todos os artistas recorriam. Gazeta do Povo, Curitiba, 28 abr. 2015. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/haus/arquitetura/a-casa-a-que-todos-os-artistas-recorriam/>. Acesso em: 27 ago 2015.
O CRIADOR fala sobre a sua obra: a mulher nua ainda não está no lugar planejado. Diário da Tarde, Curitiba, 4 set. 1972, p. 3.