quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
Um busto em homenagem a João Zaco Paraná (ou Jan Żak)
Esta herma em homenagem ao centenário do nascimento de Jan Żak (1884-1961) - ou João Zaco Paraná - está localizada na Praça Eufrácio Correia.
Na placa que foi roubada, segundo fotos que encontrei na rede, estava escrito: “João Zaco Paraná (Jan Żak) 1884-1984 Glória da escultura nacional no transcurso do centenário de seu nascimento, a gratidão e as homenagens da posteridade. Escola de Música e Belas Artes do Paraná”.
O polonês Jan Żak nasceu no dia 3 de julho de 1884 em Brzeżany, hoje Ucrânia e faleceu em 10 de julho de 1961 no Rio de Janeiro.
Chegou com a família no Brasil em 1887. Até 1895 permaneceu em Restinga Seca, no Paraná. Naquele ano os engenheiros ferroviários François Gheur e Affonso Solheid ficaram impressionados com os trabalhos em madeira que o menino fazia. Assim, aos 14 anos ele foi levado para Curitiba e ficou hospedado na casa da família Gheur.
Em 1898, aos 14 anos de idade ganhou uma bolsa de estudos do governo do Paraná e frequentou a Escola de Belas Artes e Indústrias do Paraná, até 1901. Paralelamente, estuda também no Seminário Menor Arquidiocesano São José. Foi neste período que adotou o nome de João Zaco Paraná.
Com apoio de amigos e protetores, em 1901 e 1902, frequentou a Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
Ganhou um outro apoio financeiro do Governo do Paraná em 1903 e foi estudar na Académie Royale des Beaux-arts de Bruxelles, na Bélgica. Após formar-se em 1909, recebeu como prêmio um ateliê na própria Academia, com despesas pagas. Em 1908 fez uma viagem de estudos aos Estados Unidos. Retornou da Europa para o Rio de Janeiro em 1910, após a morte de seu professor e protetor, Charles Van der Stappen. O plano era montar no Rio um ateliê próprio. Não conseguindo montar o seu ateliê, retornou para a Europa, onde viveu em Paris de 1912 a 1922. Frequentou cursos de escultura e pintura na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts. Dividiu um apartamento com o escultor João Turin entre 1914 e 1918. Durante a Primera Guerra Mundial não foi mais possível trabalhar no ateliê. Sobreviveu trabalhando como carregador de malas e como operário em uma fábrica de cerâmica.
Após o fim da guerra reabriu o seu ateliê e dedicou-se principalmente a pintura de retratos de heróis da guerra.
Enquanto viveu em Paris teve a oportunidade de conviver com Chagall, Brancusi, Maillol, Picasso, Modigliani, Antoine Bourdelle, Gris e Chaim Soutine.
Em 1922 voltou para o Rio de Janeiro onde montou um ateliê na sua casa. Em 1940 foi nomeado professor na Escola Nacional de Belas Artes, tornando-se catedrático em 1949. Exerceu esta função até a aposentadoria, em 1953.
Foi o autor das esculturas “Amor Materno”, instalada no “Jardim Botânico Francisca Maria Garfunkel Rischibieter” e “O Semeador”, instalada na Praça Eufrásio Correia.
A Praça Eufrásio Correia, onde a herma está instalada é um bem tombado pelo Patrimônio Cultural do Paraná e uma Unidade de Interesse de Preservação.
Referências:
ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL. Zaco Paraná. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa22133/zaco-parana>. Acesso em: 3 fev. 2016.
WIKIPEDIA. João Zaco Paraná. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/João_Zaco_Paraná>. Acesso em: 3 fev. 2016.