Localizada o Largo Coronel Enéas (também conhecido como Largo da Ordem) a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas e a segunda ou terceira igreja construída na cidade..
Construída em 1737, mesmo ano da construção da Igreja do Rosário dos Homens Pretos de São Benedito. Algumas fontes dizem que a da Ordem ficou pronta antes e outras dizem o contrário.
Originalmente era chamada de Igreja da Nossa Senhora do Terço. Mudou de nome em 1746, quando chegaram na cidade os primeiros padres da Ordem de São Francisco.
Entre os anos 1752 e 1783 funcionou em um anexo um convento dos franciscanos.
Em 1834 ou 1835 parte das vigas do teto desmoronaram. A igreja foi reparada, mas o estado geral dela não era bom. Com a chegada dos primeiros imigrantes poloneses a igreja serviu como uma paróquia para aqueles colonos.
Entre 1875 e 1893 a matriz de Curitiba passou a ser a Igreja do Rosário, enquanto construíam a nova Catedral. Mas em 1880 o Imperador D. Pedro II visitou a cidade. Apesar de D. Pedro II ter sido a favor da abolição da escravatura, algumas autoridade locais acharam que não seria conveniente o Imperador ir na missa em uma igreja de escravos. Assim decidiram que a Igreja da Ordem, que até então estava mal conservada, deveria passar por reformas para receber o Imperador. O que foi feito. Apesar que a torre que acrescentaram à igreja original (que tinha estilo colonial) só ficou pronta em 1883. O Barão do Serro Azul (Ildenfonso Pereira Correia), que não época não era barão, foi um dos principais financiadores da reforma.
Os sinos, após a conclusão da torre, foram doados pelos industriais da erva-mate.
D. Pedro II anotou no seu diário no dia 22 de maio de 1880 o seguinte:
“… Missa às 8 ¼ pelo aniversário fúnebre. A igreja serve de matriz, enquanto se faz esta, é pequena, porém bonita e muito limpa. …”
Depois de reformada a igreja passou a servir a comunidade alemã, sendo os ofícios celebrados em alemão até 1937.
A Igreja da Ordem é um bem tombado pelo Patrimônio Cultural do Paraná e é uma Unidade de Interesse de Preservação. Passou por um grande restauro, muito bem executado, entre os anos de 1978 e 1980. “As obras foram iniciadas em fins de 1978, após grande campanha popular de arrecadação de fundos organizada pelo então coordenador da Casa Romário Martins, engenheiro Rafael Greca de Macedo.”
Por ocasião do restauro, o Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba ganhou um espaço definitivo junto à igreja. Falarei dele em uma outra ocasião.
Publicação relacionada:
O bonito interior da Igreja da Ordem
Os lustres da Igreja da Ordem
Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba
Referências:
SECRETARIA do Esporte e Turismo. Para conhecer Curitiba, explore suas belas atrações! Disponível em: <http://www.turismo.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=204>. Acesso em: 27 jul. 2016.
MACEDO, Rafael Greca de Macedo. História e Urbanismo de Curitiba: curso no Solar do Rosário, Curitiba, 22-25 jun. 2016. Notas Pessoais.
D. PEDRO II. Diários. Maço 37, Doc. 1057, Vol. 23. Arquivo da Casa Imperial do Brasil - POB. Transcrições gentilmente fornecidas pelo Museu Imperial/IBRAM/MinC.
LYRA, Cyro Illídio Corrêa de Oliveira et al. Espirais do tempo: bens tombados do Paraná. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura, 2006. 440 p.