domingo, 4 de outubro de 2015

Uma casa de 1924 na Rua XV


Esta casa de 1924, conforme indicado na fachada, fica na Rua XV de Novembro, esquina com a Rua General Carneiro. Atualmente é ocupada por uma agência bancária.

Nela é possível observarmos algumas das exigências impostas pelos regulamentos que tratavam das construções na cidade.
A altura mínima do pé direito para o primeiro pavimento deveria ser de no mínimo 4,5 metros.
No centro da cidade, as paredes da fachada, nos alinhamentos das ruas e entre prédios contíguos deveria ser de material.
Entre prédios contíguos as paredes de cada um deles deveria ser pelo menos 30 cm mais alta que o telhado, assim evitava-se que uma casa jogasse água na parede da outra.
As aberturas nas fachadas deveriam corresponder a pelo menos um quinto da área do aposente correspondente. E todos os aposentos da casa deveriam ter aberturas para o exterior, observando-se as mesmas proporções. Assim, garantia-se iluminação e ventilação adequada.
Os prédios construídos no alinhamento da rua deveriam ter platibandas ou cimalhas que evitassem a beirada de telhas.
As casas destinadas à habitação tinham que ter porões com pelo menos setenta centímetros de altura, do nível do passeio até os barrotes e com aberturas para ventilação, para garantir o arejamento.
Nas esquinas não poderiam ter arestas vivas, que eram substituídas por uma terceira face, com pelo menos dois metros de largura.

Curitiba havia passado por uma série de epidemias no início do século XX, onde muita gente morreu. Os regulamentos de construção da época passaram a ter uma grande preocupação com os aspectos de higiene e saúde. Naturalmente, as exigências eram maiores que as destacadas, abordando também outros aspectos, como segurança, zoneamento e outros. Escrevi apenas aquelas que podemos observar na foto.

Referência:
CURITIBA. Lei n. 245, de 6 de maio de 1909. Dando regulamento para a construcção e reconstrucção de prédios no quadro urbano. Leis, Decretos e Actos da Camara Municipal de Curytiba de 1909 e Orçamento para 1910. Officinas de Artes Graphicas, Curityba, 1910, p. 5-8