"Não há paciência para uma paisagem, para um deslumbramento, para um silêncio. Ao menos não aqui, nos trilhos urbanos, onde todos assistem à vida passar como se estivessem na janela de um Trem (...) Empurrados por este ritmo alucinante do cotidiano, fazemos uma leitura dinâmica dos fatos (...). Fatos pessoais, diários, que mereceram uma espiada menos veroz (..) A vida não vem com air-bag: uma freada agora, a esta velocidade, seria fatal. Em frente, então. Mas que cada um saiba criar sua área privativa de descanso: um livro no final da noite, um fim de semana na praia, uma caminhada pela manhã, uma meditação básica. Refúgios que permitam continuar seguindo a viagem sem perder a melhor parte, que é nossa reflexão sobre o que acontece lá fora, já que não dá para saltar deste trem-bala."
(Trecho da crônica "Trem-bala" de Martha Medeiros)
Referências:
CALEIDOSCÓPIO. O Ritmo Alucinante do Cotidiano. Disponível em: <http://caleidoscopiobylu.blogspot.com.br/2011/03/o-ritmo-alucinante-do-cotidiano.html>. Acesso em: 4 dez. 2015
MEDEIROS, Martha. Trem-bala. 1a ed. Porto Alegre: L&PM, 2006. 256 p.