domingo, 3 de julho de 2016
Um mapa no pedestal de uma estátua
Em uma das placas instaladas no pedestal da estátua do Barão do Rio Branco, na Praça Generoso Marques, tem um mapa. Duas coisas nele chamam a atenção. A primeira delas e o estado de Minas Gerais com litoral, sendo todo o atual estado do Rio de Janeiro (menos a cidade do Rio de Janeiro, então a capital do país) parte de Minas. A segunda é o desenho do Paraná, que incluía a região em disputa com Santa Catarina.
Santa Catarina desde o período colonial foi independente de São Paulo. Ainda durante o período colonial a região de Lages (planalto catarinense) e que Curitiba pensava ser território seu, foi retirada de São Paulo e passou a jurisdição de Santa Catarina. Com isso os catarinenses entenderam que o sertão (oeste catarinense) também seria deles. São Paulo contestava essa pretensão de Santa Catarina.
Depois da independência do Brasil, ainda durante o Império, a província do Paraná foi criada por D. Pedro II, desmembrando parte do território de São Paulo.
Desde o início da criação da província o Paraná tentou resolver a questão de suas fronteiras.
Com a proclamação da república os dois estados chegaram a conclusão de que a questão deveria ser resolvida por arbitragem, com o aval do Superior Tribunal Federal (STF).
Como a coisa em 1900 ainda não estava resolvida, o estado de Santa Catarina entrou com um processo no STF. O Paraná perdeu por três vezes, sempre recorrendo após cada derrota.
Em 1916 Wenceslau Braz, então presidente da república, resolveu por fim a questão e forçou um acordo entre os dois estados. O território disputado (aproximadamente 48.000 quilômetros quadrados) foi dividido, sendo que Santa Catarina ficou com 28 mil quilômetros quadrados e o Paraná com o restante.
A questão das fronteiras sempre despertou paixões no Paraná (discursos inflamados, boicote a produtos catarinenses, entre outras coisas). Imagino que deve ter tido alguma influencia nisso também o fato de que o Paraná e Santa Catarina estiveram em lados opostos em diversos episódio históricos, como na Revolução Farroupilha e na Revolução Federalista.