Este casarão situado na Rua Comendador Araujo, 731 foi durante muitos anos a sede da antiga Impressora Paranaense. O terreno, e as instalações, eram bem maiores e iam até a Rua Benjamin Lins e ocupavam boa parte da quadra. Hoje em dia parte do terreno é ocupado por um centro comercial.
O casarão é uma Unidade de Interesse de Preservação.
A Impressora Paranaense
Em 1853 quando Zacarias de Goés e Vasconcelos chegou em Curitiba para ser o primeiro presidente da província do Paraná, trouxe junto o jornalista Cândido Martins Lopes (1803-1871).
Cândido Lopes antes residia em Niterói, onde tinha uma pequena gráfica. Chegando aqui, abriu novamente uma gráfica e fundou o jornal “O Dezenove de Dezembro” (mais tarde a letra “o” foi retirada do titulo do jornal) que circulou pela primeira vez no dia 1º de abril de 1854. A sede do jornal era na Rua da Imperatriz, 87 (atual Rua XV de Novembro) e mais tarde na edição de 9 de agosto de 1885 o jornal indica um novo endereço para “typographia e escriptorio” a Rua do Imperador - Travessa da da Imperatriz, 1. (A Rua do Imperador era a atual Rua Marechal Deodoro. Qual seria a Travessa da Imperatiz?)
Depois da morte de Cândido Lopes o jornal e a gráfica passaram a ser propriedade de sua viúva. A partir de 23 de setembro de 1884 passa a constar como editor e proprietário o Sr. Jesuino da Silva Lopes e depois (edição de 5 de setembro de 1885) constava no jornal como proprietário o Sr. Jesuino Lopes & Pinheiro.
Em 1883 o Sr. Ildefonso Pereira Correia (mais tarde Barão do Serro Azul), tendo como sócio Jesuíno Lopes, assumiu o controle da “Typographia Paranaense”, que passou a ser conhecida como Impressora Paranaense.
Imagino que o Sr. Ildenfonso tinha interesse no jornal como apoio as suas ambições políticas, imagino também que o interesse principal era a produção de rótulos para os seus produtos de erva-mate. Logo após a aquisição ele implantou junto à gráfica uma litografia. A impressora não atendia só as necessidades das indústria do barão, fazia rótulos para diversas empresas e impressos em geral, inclusive de livros.
Com o assassinato do Barão em 1894 a impressa passou para a sua viúva, Maria José Pereira Correia, a Baronesa do Serro Azul.
No início do século 20 (não descobri exatamente quando) o litógrafo Francisco Folch, que trabalhava na empresa, adquiriu a empresa e passou a dirigi-la até 1912.
Em 1912, entrou na sociedade o Sr. Max Schrappe, passando a razão social para Folch & Schrappe e Cia., mas continuando com o nome comercial de Impressora Paranaense.
Em 1922 , após o falecimento do Sr. Francisco Folch, o Sr. Max Schrappe comprou a parte do sócio.
A empresa permaneceu com a família Schrappe, que foi tocada pelo senhor Max e depois pelos seus filhos até 1996.
Em 1996 (já instalada no Pinheirinho) a empresa foi adquirida por uma multinacional, que acabou fechando-a em 2012, pondo fim ao que era uma das empresas mais antigas da cidade.
Referências:
FÉ no desing. Entrevista com Oscar Schrappe Sobrinho - Impressora Paranaense. Disponível em: <http://fenodesign.blogspot.com.br/2013/07/entrevista-com-oscar-schrappe-sobrinho.html>. Acesso em: 18 jan. 2017
JUNGES, Cintia. Antiga Impressora Paranaense deve fechar. Gazeta do Povo, Curitiba, 01 ago. 2012. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/economia/antiga-impressora-paranaense-deve-fechar-3a2dtlab1aubrvjs6in553qry>. Acesso em: 18 jan. 2017