sexta-feira, 27 de janeiro de 2017
A porta
Quando houve a demolição de uma série de casarões para o alargamento da Travessa Nestor de Castro, alguém teve a idéia de deixar este resto de uma parede com uma porta, na esquina com a Rua José Bonifácio. Não sei de quem foi a idéia, mas foi uma idéia feliz. Repare o frontão triangular.
Nos anos 1970 foi implantado na cidade uma série de vias estruturantes, com a criação de grandes eixos viários e outras obras, como fechamento de ruas. Tudo resultado de um planejamento urbano que até hoje influencia a aparência e o funcionamento da cidade.
Uma das primeiras obras implantadas, logo no início da década, foi o alargamento da Travessa Nestor de Castro, como uma forma de desviar a Avenida Cândido de Abreu e criar uma ligação entre os eixos norte e sul.
Para a implantação foi feita a demolição de uma série de casarões antigos que existiam no local. Outra consequência da obra foi um corte no setor histórico da cidade, que ficou dividido pela rua.
Uma das formas de minimizar essa divisão foi a criação mais tarde (1976) de uma passagem subterrânea para pedestres (a Galeria Júlio Moreira) sob a rua, ligando as duas partes do setor histórico.
Surgiu também uma discussão em torno da demolição dos casarões e uma das consequências desse debate foi criação, em 1979, das Unidades de Interesse de Preservação.
Referência:
PETERLINI, Claudia Regina. A (Re)construção de um lugar: planejamento e apropriação do espaço no setor histórico de Curitiba. 2012. 209 p. Dissertação (Mestrado em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade) - Programa de Pós-Graduação em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.