Atualmente ocupada por um restaurante, essa casa na Rua Barão de Guaraúna, tem algum detalhes interessantes.
A varanda provavelmente não era parte da casa original, mas os vasos no muro decorado com pedras (agora pintadas de branco), a grade de ferro com desenhos interessantes e as urnas nas cumeeiras acho que faziam parte da original. Deve ser original também o ornamento de ferro com um desenho bem bacana.
Um pouco sobre o nome da rua onde a casa está situada:
Domingos Ferreira Pinto, o Barão de Guaraúna
“Domingos Ferreira Pinto, nasceu em Curitiba no dia 03 de setembro de 1820. Foi tropeiro e mais tarde adquiriu fazendas de criação, conseguindo fazer na pecuária grande fortuna. Casou-se com Maria Ambrósia Rocha, natural de Passo Fundo, Rio Grande do Sul.Residia aqui em Ponta Grossa, na Praça da Matriz (Praça Marechal Floriano Peixoto), a qual ficava na esquina onde atualmente se encontra o Quartel General da 5ª Infantaria Blindada. Suas fazendas ocupavam quase toda região da Ronda e da Vila Estrela. Por indicação do Presidente da província, hospedou Dom Pedro II, quando de sua visita a cidade. O Imperador deve ter se sentido grato pois, ao voltar ao Rio de Janeiro, enviou a Domingos Ferreira Pinto, um comunicado que o agraciava com o título de Barão de Guaraúna.Por ignorar a importância de semelhante documento não o registrou nem mandou confeccionar um brasão, mas após a sua morte, parentes tentaram registrar o título, não o conseguindo mais. Entretanto, mandaram gravar no mausoléu em que se acha sepultado o Barão de Guaraúna, um brasão, que teria sido o da escolha do mesmo, caso tivesse mandado fazer.”
O senhor Domingos faleceu em Ponta Grossa, no dia 20 de setembro de 1891.
Quando a visita de D. Pedro II à Ponta Grossa, entre outras coisas, escreveu o seguinte no seu diário no dia 26 de maio de 1880:
“… Por ser tardinha não vi Ponta Grossa, um dos pontos mais elevados dos Campos Gerais. Apresentou-se graciosa ao viajante desde a distância de 20 quilômetros. Era noite fechada quando entrei na vila, que não me pareceu pequena e cheguei à casa do major Domingos Ferreira.
Antes do jantar conversei com duas senhoras de que uma sobrinha e afilhada do padre Camargo, da Palmeira, pareceu-me muito inteligente. Referiu-me diversos casos de pessoas de sua família que tem tido uma descendência numerosíssima. …”
No dia 27 de maio de 1880 o Imperador, como de hábito, levantou cedo; as cinco horas.
As sete horas começou as visitas do dia: Câmara Municipal, Clube Literário.
Depois “… Voltei à casa e saí para a missa. A matriz é pequena. … Almoço. 10 h visita às colônias.”.
Visitou Uvurunas e Taquari.
“… Jantei cerca das 6 h ½, e depois conversei — com a interrupção do chá às 9 h até 10 ½. …”
E no dia 28 de maio de 1880 “… Almoço às 6 h ½. Partida às 7 h O caminho, quando se entra na parte de alguma vegetação é bonito. O cão que nos acompanha desde Curitiba levantou três perdizes. …”
Referências:
NAVEGANDO na História da Educação Brasileira [site]. Glossário. Domingos Ferreira Pinto: Barão de Guaraúna. Disponível em: <http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_b_Domingos_Ferreira_Pinto.htm>. Acesso em: 28 ago. 2020.
WIKEPEDIA [site]. Domingos Ferreira Pinto. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Domingos_Ferreira_Pinto>. Acesso em: 28 ago. 2020
D. PEDRO II. Diários. Maço 37, Doc. 1057, Vol. 23. Arquivo da Casa Imperial do Brasil - POB. Museu Imperial/IBRAM/MinC.