A “casa” de um morador de rua no Alto da Glória. Na verdade, um abrigo bem precário.
Esse blog tem uma visão parcial da cidade. Aqui costuma aparecer casas e edifícios bonitos, praças, parques; enfim, coisas bacanas.
Mas como já escrevi antes é bom não perdemos a perspectiva, o senso crítico e lembrar que a cidade não é só coisas bonitas.
É nítido o aumento da população que vive na rua em Curitiba. E o perfil dessas pessoas mudou. Antes a grande maioria eram pessoas com problemas mentais, de alcoolismo e drogas. Agora encontro famílias inteiras que claramente estão nessa situação pressionadas por razões econômicas. A pobreza está aumentando.
A cidade – poder público, pessoas e entidades – têm feito ações em relação a esse problema. Mas, na grande maioria são ações que visam a amenizar o sofrimento dos indivíduos. E isso deve ser feito.
Mas a questão é muito mais complexa, é um problema estrutural, que diz respeito ao país e ao mundo todo. A situação de aumento da pobreza e da população de rua está ocorrendo inclusive em países ditos desenvolvidos. Sem dúvida a pandemia tem um papel nisso, mas acho que ela só acelerou e deixou claro um problema no sistema. Um sistema que nos últimos anos aumentou ainda mais a desigualdade com uma distribuição de renda injusta. Está na hora do sistema fazer uma autocrítica e implantar algumas reformas. Se não fizer por conta própria, será pressionado para que as mudanças ocorram.
Tendo a ter uma visão dessas questões que muitas classificam com otimista. Quando olhamos no longo prazo é inegável que a humanidade tem evoluído. Hoje está melhor que ontem e amanhã será melhor. O homem tem avançado, mesmo que seja aos trancos e barrancos.
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