Bem interessante a fachada de alvenaria dessa casa de madeira na Rua Almirante Gonçalves. Platibanda decorada e como se tivesse duas torrinhas nas extremidades; aqueles telhadinhos para proteger as janelas e as grades nas janelas com desenho bacana.
E a rua onde está localizada? Encontrei o seguinte no livro “1011 Ruas de Curitiba”:
“Almirante Gonçalves
Jerônimo Francisco Gonçalves de Virgílio Tenório, nasceu em Salvador (BA), em 1835 e faleceu no Rio de Janeiros (RJ), em 1903. Concluiu seus estudos na Escola da Marinha em 1853. Com a declaração da Guerra do Paraguai, em 1865, Jerônimo Gonçalves destacou-se em vários combates, comandou o encouraçado Cabral em 1867 e Colombo em 1869, com vária promoções por atos de bravura. Reformado no posto de Chefe de Esquadra em 1883 foi convocado pelo Marechal Floriano Peixoto, então Presidente da República, para fazer frente à Revolta da Armada. Com a vitória de seus comandados, foi promovido por relevantes serviços ao posto de Almirante, em 1894.”
Mas pesquisando na rede encontrei no CPDOC (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil), da Fundação Getúlio Vargas, a biografia do filho da pessoa descrita acima e que também foi almirante.
Aí bateu a dúvida.
A biografia do Almirante Gonçalves Filho (digamos assim) que está disponível no CPDOC é a seguinte:
“GONÇALVES, Jerônimo Francisco
*militar; comte. I DN 1946-1947.Jerônimo Francisco Gonçalves nasceu no Rio de Janeiro, então capital do Império, no dia 16 de dezembro de 1888, filho de Jerônimo Francisco Gonçalves e de Hercília Bastos de Araújo Gonçalves. Seu pai seguiu a carreira naval, alcançando o almirantado e destacando-se no comando da esquadra legalista que esmagou a Revolta da Armada, levante irrompido na baía de Guanabara em oposição ao presidente Floriano Peixoto (1891-1894) em setembro de 1893.Seguindo a carreira do pai, ingressou na Escola Naval em abril de 1905, alcançando a patente de segundo-tenente em janeiro de 1909 e a de primeiro-tenente em março de 1914. Promovido a capitão-tenente em novembro de 1921 e a capitão-de-corveta em julho de 1932, chegou a capitão-de-fragata em julho de 1937.Em 1942 sucedeu ao contra-almirante Jorge Dodsworth Martins no comando da força naval do Nordeste. Permaneceu no cargo até agosto do mesmo ano, quando foi substituído pelo capitão-de-mar-e-guerra Alfredo Soares Dutra. Em abril do ano seguinte recebeu a patente de capitão-de-mar-e-guerra e em novembro de 1945, a de contra-almirante. Em junho de 1946, assumiu o comando do I Distrito Naval (DN), sediado no Rio de Janeiro, sucedendo ao contra-almirante Flávio Figueiredo de Medeiros. Deixou o cargo em abril de 1947, quando foi substituído pelo vice-almirante Francisco Rodrigues Silva.Membro do Conselho do Almirantado em 1948, foi promovido a vice-almirante em julho de 1949 e a almirante-de-esquadra em março de 1952. Foi secretário-geral da Marinha entre janeiro e maio de 1953, quando tornou-se representante da Marinha na Comissão Militar Mista Brasil-EUA, onde permaneceu até fevereiro do ano seguinte. Dois meses depois, passou para a reserva remunerada.Faleceu no Rio de Janeiro em 22 de dezembro de 1954. Em sua homenagem, uma rua do bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, recebeu seu nome — rua Almirante Gonçalves.Era casado com Candelária Lobo Gonçalves, com quem teve um filho.”
Uma maneira de esclarecer se o homenageado com o nome da rua é o pai ou o filho, seria ver a proposição apresentada na Câmara Municipal para o nome da rua; onde costuma ter uma justificativa com uma pequena biografia. Infelizmente as proposições mais antigas não estão disponíveis para consulta em rede.
MUZZILLO, Camilla (Org.). 1001 Ruas de Curitiba. Curitiba: Artes & Textos, 2011. 240 p.
CPDOC | FGV • Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. GONÇALVES, JERONIMO FRANCISCO. Disponível em: <http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/goncalves-jeronimo-francisco>. Acesso em: 9 jun. 2022.